As praias de Mosqueiro, Salinas, Outeiro e Bragança receberam o projeto durante os quatro finais de semana de julho.
O projeto “Reeducar – essa é a nossa praia” foi concluído neste final de semana, 27 a 29 de julho. Foram distribuídas 60 mil sacolas biodegradáveis, 101 mil banhistas foram orientados quanto ao descarte correto de lixo nas parias e mais de 5 toneladas de resíduos recolhidos em quatro praias do estado.
As praias de Mosqueiro, Salinas, Outeiro e Bragança receberam o projeto durante os quatro finais de semana de julho. Ao todo, foram 12 dias de campanha com a participação de 130 pessoas, entre elas os internos do projeto “Conquistando a Liberdade”, agentes prisionais e a equipe da Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Susipe.
Anderson da Silva, vendedor de salgado na Praia do Amor, em Outeiro, há mais de 10 anos, gostou da iniciativa e aproveitou para estocar sacolas de lixo. "Muito boa essa ideia, dar oportunidade para os presos trabalharem e ajuda na limpeza da praia. Eu peguei várias sacolas porque aí já junto meu lixo nelas e também oriento meus clientes a não sujarem a praia", garantiu o vendedor.
O “Reeducar - essa é a nossa praia" é um trabalho que exige dedicação e confiança. Kleber Amaral é interno da CAPSI e agradece a oportunidade que está tendo. "É muito melhor está aqui na praia trabalhando, ajudando a comunidade do que ficar preso. Então agradeço muito a confiança que a Susipe depositou em mim. Eu estou aqui para remir pena, mas também para contribuir com a equipe toda", disse o interno.
Para o interno Natanael Oliveira, que participou do projeto durante os quatro finais de semana de julho em Mosqueiro, o projeto foi muito importante para mostrar seu trabalho e rever a família. "Eu me sinto muito feliz porque mesmo estando preso, tenho essa oportunidade de mostrar para as pessoas que quando o homem quer mudar ele consegue. Quando as oportunidades são dadas nós temos que agarrar com as duas mãos. O projeto foi uma maravilha, a minha família veio me ver e espero que ano que vem possa ser melhor ainda", contou.
Patrícia Sales, coordenadora de educação da DRS, explicou os benefícios do projeto para os internos e para a sociedade. "Na vida dos internos essa ação é benéfica quando eles percebem que podem ser inseridos na sociedade com uma visão de que agora serão realmente cidadãos e qual o seu papel na mesma. Com isso, a sociedade percebe que eles realmente podem voltar a ser ressocializados", afirmou.
Ainda segundo ela, o projeto foi positivo uma vez que a sociedade compreende que a ressocialização é possível. "O balanço foi muito positivo, a sociedade enxerga com bons olhos quando explicamos que eles estão sendo ressocializados para um dia retornarem à sociedade como homens de bem", explicou a coordenadora.
Oitenta reeducandos participaram do projeto e 160 km de praia foram percorridos. Cinco unidades prisionais atuaram na ação: o Centro de Recuperação Feminino (CRF), a Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI), o Centro de Recuperação Regional de Bragança (CRRB), o Centro de Recuperação de Mosqueiro (CRMO) e o Centro de Recuperação Regional de Salinas (CRRSAL).
Por: Fernanda Cavalcante, sob orientação de Vanessa Van Rooijen / Foto: Akira Onuma.