Pelo segundo ano consecutivo, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) é convidada a participar da Feira Criativa, um dos espaços dentro da 26ª Feira Pan-Amazônica dos Livros e das Multivozes. A Seap leva o estande da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), formada por mulheres privadas de liberdade para a exposição, pois representa o principal núcleo criativo dentro da política pública de trabalho e produção.
A Coostafe está presente com a demonstração e comercialização dos produtos artesanais como ecobags, almofadas, porta moedas. Todo o processo de criação e produção é executado pelas internas do Centro de Reeducação Feminino (CRF), sob orientações técnicas da equipe da Coordenadoria de Trabalho e Produção da Seap.
Durante os nove dias da Feira, o estande conta com uma interna cooperada, que demonstra o seu trabalho e promove a comercialização dos produtos com o acompanhamento de um profissional da Coordenadoria de Trabalho e Produção. A participação na Feira do Livro é mais uma parceria entre a Seap e a Secult, que iniciou com o Projeto Sons de Liberdade, iniciativa que permite a realização de oficinas produtivas dentro da Coostafe, relacionadas ao festival de ópera.
Carliane Peixoto, integrante da cooperativa há dois anos, conta sobre a experiência de participar da Feira. “É o segundo ano da Coostafe na feira, mas é a minha primeira vez e está sendo muito gratificante representar as meninas, mostrar um pouco do nosso trabalho, de tudo aquilo que está transformando a nossa vida. A maioria das pessoas quando chega não sabe fazer artesanato, mas lá vai descobrindo o que gosta, o talento de cada uma. Quando entrei lá, eu mal sabia pegar na agulha e, a partir do momento em que fui fazendo, me aprofundando, pesquisando, foi transformador na minha vida, no momento que eu mais precisava", conta a artesã.
Segundo Gerson Santos, gerente de projetos da Seap e tutor da Coostafe, a presença da cooperativa na Feira é uma oportunidade de divulgação e inserção no mercado. “O convite para a feira veio da Secult e essa participação é fundamental, porque a Coostafe se faz mais presente no mercado. Participar da Feira é mais uma oportunidade de divulgação e de faturamento. Além disso, é mais um evento promovido pelo Governo do Estado e a gente espera que a partir desse evento a Coostafe possa ter mais oportunidades e conseguir mais parcerias”, diz.
“Eu bordo um pouco, gosto de arte e acho que fazer trabalhos manuais acalma, dá muita paz, tranquilidade e esperança na vida. É muito bonito isso, e acredito que tudo que é feito manualmente vai ter um valor muito maior lá no futuro, então eu acho interessantíssimo esse projeto, espero que seja expandido e fortalecido com o tempo”, comenta Cristiane Batomar, empresária que visitou o espaço nesta terça-feira (12).
Criada em 2014, a Coostafe tem seu espaço físico localizado no Centro de Reeducação Feminino (CRF) de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. São cerca de 30 mulheres em privação de liberdade que se dividem nas tarefas que envolvem as atividades da cooperativa.
Texto: Comunicação (Feira do Livro)
